quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


 
“Me desculpa?” — Repeti baixinho esperando que ninguém ouvisse. Eu era orgulhosa demais pra me desculpar, idiota demais pra assumir o erro. Eu falhei e continuei falhando Eu não podia me consertar, não mais. Eu nasci assim, nasci errando, e não era agora que eu poderia mudar. — Repeti a mim mesma.
— Tudo bem? — Pude ver alguém se mover do outro lado da sala e caminhar até mim. “Tudo bem?” Ah, por favor, não finja que se importa… — Sorri. — Sorrir era algo que eu vinha fazendo com frequência. — Levantei a cabeça e assenti. — Mais uma vez eu havia conseguido fingir que estava tudo bem.
Dentro de mim, um turbilhão de sentimentos se desenrolavam, emitindo um martelar repetitivo. As lágrimas a algum tempo deixaram de cair — Secaram. — e o aperto no peito jamais deixara de existir. A dor tomava conta de mim dia após dia, nada mais fazia sentido… Eu havia deixado de me importar. E no final da minha amargurada noite, fora isso que a vida havia me deixado. Uma frieza incalculável e uma vontade imensa de desistir de tudo. 

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